quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Insustentável

É muito fácil amar um animal.

Basta a beleza. Basta a alegria.

Um simples abanar de rabo, uma lambida, uma esfregada, um ronronar e pronto: amamos.

Amamos esses seres que nos dão carinho, oferecem proteção e pedem atenção.

O simples fato de esse amor existir nos basta.

Para amar um homem ou uma mulher é preciso muito mais.

Beleza e alegria ainda são essenciais.

E almejamos carinho, proteção, atenção sim, com toda a certeza.

Mas precisamos de mais.

Queremos ser retribuídos, sentir amor de volta.

Queremos provas, todos os dias.

Precisamos de contato, telefonemas, mensagens, e-mails, depoimentos, scraps, um “eu te amo” numa faixa carregada por um avião na praia, um “eu te amo” na frente dos amigos, uma música e poesias.

Queremos todo o tempo livre preenchido pela concretização desse amor.

Uma coisa tão simples se torna complexa devido a um simples fato: não suportamos amar sozinhos, estar a sós com esse amor.

Afinal, como diz aquela canção famosa pelo Nat King Cole: “The greatest thing you'll ever learn is (just) to love and be loved in return”